Segundo dados do IBGE, 60,6% das crianças na primeira infância em Pernambuco são negras, muitas delas expostas a práticas discriminatórias que impactam diretamente no seu desenvolvimento. Diante desse cenário, a Secretaria da Criança e Juventude de Pernambuco (SCJ-PE), em parceria com o UNICEF, realizou o Seminário da Primeira Infância Antirracista (PIA). O evento, realizado em dois dias, promoveu debates, oficinas e capacitações para mais de 200 profissionais das áreas de Educação, Saúde, Assistência Social e Criança Feliz. O objetivo foi formar multiplicadores da metodologia PIA, que atuarão na implementação de práticas antirracistas nos municípios pernambucanos.
Os debates abordaram temas como os impactos do racismo no desenvolvimento infantil, os conceitos de branquitude, vieses inconscientes e racismo estrutural, além de análises sobre as relações étnico-raciais em Pernambuco. Também foram realizadas oficinas práticas, com dinâmicas que incluíram a identificação de barreiras para práticas antirracistas e a construção de matrizes FOFA (Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) para subsidiar planos de ação setoriais nos municípios.
O seminário contou com palestrantes e facilitadores indicados pelas Secretarias parceiras, como o Secretário Executivo da SCJ-PE, Pedro Ribeiro; Josiane Silva, Superintendente de Políticas para Infância; Juliana Vergetti, representante do UNICEF no Recife; Luzia Dutra, da Secretaria de Assistência Social; e Ana Carolina, Coordenadora de Atenção Básica da Secretaria de Saúde.
Ao final do evento, os palestrantes apresentaram os resultados das oficinas, destacando o comprometimento dos participantes em implementar as ações discutidas. A iniciativa reforça o compromisso do Governo de Pernambuco em ampliar projetos como o PIA, especialmente em um estado onde o racismo estrutural ainda impacta a vida de tantas crianças na primeira infância.
Por meio da ação, foi dado mais um passo para a consolidação de uma rede de profissionais capacitados e engajados na luta contra o racismo, prontos para atuar como multiplicadores das estratégias apresentadas. Além disso, o evento gerou propostas concretas para a construção de políticas públicas que promovam um futuro mais humano e acolhedor para as crianças negras e indígenas de Pernambuco.
Foto: Surama Negromonte/SCJ-PE