
As relações estreitas entre o audiovisual e os territórios que se entrelaçam estarão em exibição nesse final de semana no Cinema São Luiz. As sessões Cinema e Território e a Periférica Mostra de Cinema neste sábado (04) e o Cinema Sem Teto, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, no domingo (05) revelarão como o cinema pode ser instrumento de pertencimento, afirmação de identidade e intervenção social.
A sessão Cinema e Território convida o público a atravessar memórias, músicas, poemas e gestos que se entrelaçam aos lugares onde nascem. São filmes que aproximam comunidade, rio, rua e corpo, revelando como o cinema pode ser caminho de pertencimento e invenção coletiva. Um encontro entre tradição e contemporaneidade para refletir sobre novas formas de habitar o mundo. Serão exibidos os filmes Geração Docde Carlos Amorim, Estórias que se atravessam – o rio Capibaribe e a comunidade Santana de Rosely Bezerra e Mariana Rodrigues, Dial a poem de Murilo Romão e Afluirde Gabi Holanda.
Já a Periférica Mostra de Cinema, que acontece em Camaragibe-PE, chega à sua 4ª edição com produções de realizadores das periferias. O evento celebra a diversidade de vozes e narrativas que surgem em territórios muitas vezes invisibilizados, destacando o cinema como instrumento de resistência cultural. Mais do que exibir filmes, a Mostra Periférica busca transformar o público em participante ativo, valorizando experiências, histórias e trajetórias que ampliam os horizontes da sétima arte.
Serão exibidos na mostra os filmes KM4 Blues de Wildrid Massamba, Seeking Aline de Rokhaya Marieme Balde, A pisada é delas – Mulheres do Coração Nazareno de Patricia Yara Rocha e Caboc’urbano, fogo no canavial de Jota Carmo.
Ainda no sábado (04), o premiado O Último Azul continua em cartaz às 19h30. Já no domingo (05), o Cinema Sem Teto, do MTST, chega ao Cinema São Luiz para mostrar filmes produzidos no contexto da militância, que refletem as lutas por moradia e justiça social. As produções, feitas por ocupantes e parceiros, revelam histórias de resistência e vida em comunidade.
Completando a programação do domingo, continua em cartaz o filme Bambi: Uma Aventura na Floresta, longa feito sem CGI e com animais reais, como se fosse um documentário de vida selvagem, e o clássico Jeanne Dielman, eleito o melhor filme de todos os tempos em votação realizada pela Sight & Sound. Jeanne Dielman é a obra-prima monumental de Chantal Akerman. O filme acompanha três dias na vida de uma mulher, uma dona de casa viúva e solitária, cujas tarefas incluem arrumar as camas, preparar o jantar para seu filho e alguns truques para sobreviver. Lentamente, sua ritualizada rotina diária começa a desmoronar.
“Este fim de semana teremos uma confluência de imagens que unem poesia e olhar crítico perante a realidade social. Esse encontro de olhares, a meu ver, reafirma a função do Cinema São Luiz como lugar de produção política e artística. O audiovisual é uma ferramenta de mobilização e veremos diversas versões disso na tela”, afirma o curador Pedro Severien.
Confira a programação:
Sábado | 04 de outubro de 2025
14h – Cinema e Território (Livre, gratuita, debate após a sessão)
Estórias que se atravessam: o Rio Capibaribe e a comunidade de Santana (29’15’’) –
Geração Mangue (20’14’’)
Dial a Poem (26’43’’)
Afluir (16’12’’)
16h30 – Periférica Mostra de Cinema (Classificação 12 anos, gratuita, debate após a sessão)
KM4 Blues (56’04’’)
Seeking Aline (26’50’’)
Histórias do Alto (19’55’’)
A pisada é delas – Mulheres do Coração Nazareno
Caboc’urbano, fogo no canavial
19h30 – O Último Azul (Classificação 14 anos, R$ 10 e R$ 5, acessibilidade com legendas descritivas, 86’) –
Domingo | 05 de outubro de 2025
11h – Bambi, uma Aventura na Floresta (Livre, Meia para Todos, R$ 5, 85’)
14h – Jeanne Dielman (Classificação 14 anos, R$ 10 e R$ 5, 3h21min)
18h – Cinema Sem Teto (Livre, gratuita, debate após a sessão)
Sem Riscos
Nasce a ocupação 8 de março
Quarto de Desejo
Chão de Sonhos