Principais recomendações envolvem o deslocamento correto, descarte adequado e utilização de materiais biodegradáveis
Os preparativos para o Carnaval de 2024 já começaram. Entre os ajustes para a decoração, fantasia, maquiagem e outros detalhes para o início da folia um conjunto de práticas essenciais para o meio ambiente também deve fazer parte do planejamento dos foliões durante todo o período de festa, principalmente, se considerarmos que o Carnaval é uma festividade responsável pela maior geração de resíduos, provenientes, especialmente, de garrafas, latas, materiais utilizados na confecção de fantasias e outros produtos.
De acordo com Thiago Galvão, analista ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha de Pernambuco (Semas-PE), as práticas sustentáveis que os foliões devem ter já começam no deslocamento aos locais dos blocos e agremiações. A principal recomendação é que os festeiros optem, sempre que possível, pelo transporte público e coletivo.
Essa prática ajuda a diminuir os gases do efeito estufa lançados na atmosfera, já que, com um maior contingente de pessoas se deslocando em veículos grandes e coletivos (ônibus ou metrô), o uso de carros particulares e motocicletas é reduzido. Além do impacto ambiental, essa escolha ainda ajuda a diminuir o fluxo de veículos e os congestionamentos próximos aos pontos de maior aglomeração.
Outra importante sugestão de Thiago está relacionada à redução da geração de resíduos sólidos durante os dias de folia. O ideal é que os foliões utilizem garrafas próprias ou copos ecológicos reutilizáveis para as bebidas, evitando garrafas e copos descartáveis de plástico, além de evitar a circulação de materiais impressos em campanhas educativas, sempre preferindo realizar essas ações virtualmente. Também é de extrema importância que o folião opte, na hora de confeccionar a fantasia, por materiais leves e recicláveis.
Ainda nos preparativos, é recomendada a utilização do chamado ‘Bioglitter’, um tipo de glitter que utiliza um material biodegradável na sua composição, sendo ambientalmente mais aceito do que o glitter convencional, que carrega plástico e alumínio. Feito à base de Mica, o bioglitter leva, em média, apenas 24 dias para se decompor por completo na natureza.
Na hora do descarte, o folião deve se atentar ao trabalho dos catadores, responsáveis por coletar os resíduos e destiná-los a locais que vão reinserir esses materiais na cadeia produtiva. É de extrema importância que os foliões procurem o catador mais próximo e jamais descartem os resíduos em locais inadequados, como calçadas, ruas ou canais. Além do impacto ambiental, a atividade dos catadores ajuda a movimentar a economia, pois gera emprego e renda a esses trabalhadores.
“Durante a semana do Carnaval, um dos eventos mais importantes para o nosso país, a geração de embalagens em decorrência do consumo de produtos aumenta significativamente. Sabemos que parte desses resíduos tem um grande valor econômico e social e poderia ser reciclado ou reutilizado se descartado de maneira correta, através do retorno deste material ao ciclo produtivo, promovendo a sustentabilidade e a economia circular. Daí a importância da conscientização ambiental da população para colocar em prática ações simples que têm um grande impacto no meio em que vivemos”, ressalta Thiago.
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