
Encontros, que serão realizadas durante os meses de maio e junho, serão essenciais para o compartilhamento dos saberes técnicos e tradicionais e para a promoção do diálogo direto com as comunidades locais
O projeto de criação das seis novas Unidades de Conservação (UC’s) em regiões estratégicas do semiárido pernambucano adentra uma nova etapa no próximo mês de maio. Após o ciclo de diálogos e do processo de diagnóstico das áreas em cada município contemplado pela iniciativa, o projeto vai realizar uma série de oficinas participativas com as comunidades locais e de outros segmentos sociais que vivem nessas regiões para construir, colaborativamente, conhecimentos que podem auxiliar na preservação da fauna e flora locais.
As oficinas objetivam integrar os saberes dos campos técnico e tradicional das comunidades das áreas selecionadas. O diálogo direto com os moradores locais destaca o caráter sociocultural e socioeconômico do projeto, dois dos principais pilares da elaboração da iniciativa. Nelas, será possível apresentar os dados levantados acerca da fauna e flora de cada área, as espécies ameaçadas de extinção, geomorfologia, cartografia e outras informações relevantes, além de, sobretudo, promover a escuta ativa dos conhecimentos e vivências de cada comunidade.
A primeira dessas oficinas ocorrerá no dia 7 de maio, no município de Carnaíba, que pode, junto ao município de Quixaba, receber a Unidade de Conservação da Serra da Matinha. A última delas, a ser realizada no dia 18 de junho, vai ocorrer em Serra Talhada, onde está a área da UC de Serra Verde.
O projeto atua como uma das políticas públicas voltadas à mitigação dos impactos das mudanças no clima, entre eles o avançado processo de desertificação. A criação de áreas protegidas no semiárido, região mais afetada pelo fenômeno no estado, é fundamental para a preservação dos recursos naturais, fauna e flora, elementos que, assegurados, ajudam na manutenção do bem-estar dos ecossistemas terrestres e da qualidade de vida humana.
“As unidades de conservação propostas nesse projeto no semiárido são estratégias fundamentais para a conservação da nossa Caatinga, além de serem aliadas no enfrentamento dos processos degradativos e de desertificação nesse importante cenário de combate às mudanças climáticas”, enfatizou a analista ambiental Ana Célia Garcia, lotada na Gerência Geral de Biodiversidade e Florestas da Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha de Pernambuco (Semas-PE).
Ainda de acordo com ela, todas as etapas de diagnóstico, diálogo e execução do projeto ajudam a fomentar a Educação Ambiental no estado, ao promover uma sensibilização ativa e pontual com a geração atual e os mais jovens.
“Além da proteção da natureza, as unidades de conservação servem como um espaço de aprendizado e conscientização ambiental. A educação ambiental promovida nessas áreas e em seu entorno poderá contribuir para a formação de uma nova geração que valoriza a biodiversidade como um patrimônio natural importante para suas próprias vidas”, acrescentou Ana Célia.
“Todo esse processo de criação e de estabelecimento de áreas protegidas deve ser participativo. Nós não conseguimos fazer uma unidade de conservação bem sucedida sem que ela esteja em sinergia com os objetivos da comunidade e com a população que está no entorno. Essa primeira oficina visa promover o diálogo com a população, a fim de mostrar os dados levantados nessas áreas sobre fauna, flora, cartografia, as espécies ameaçadas entre outros aspectos coletados em pesquisas e trabalhos de campo. Juntando esses dois saberes, o científico e o popular, conseguimos planejar uma área protegida que seja mais efetiva e esteja de acordo com os usos e com as formas de vida das comunidades daquele território”, ressaltou Joaquim Freitas, coordenador geral do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan), instituição executora do projeto.













